BR Editora Digital Ltda
192 págs
O detetive Alyrio Cobra recebe um caso que aparentava ser um simples suicídio. Mas com a dedicação e instinto natural, que no desencadear de revelações de pistas traz à tona uma conspiração que envolve os quadros de uma misteriosa pintora, encontros secretos e sevícias escandalosas.
Seguindo o molde de histórias clássicas de ficção policial, a escrita elegante e competente faz deste livro uma leitura agradável e inesperada.
O seu detalhismo da ambientação e vida do detetive, embala a história com uma poética e lirismo que pouco se vê nos romances de literatura policial. Com esta escrita bem cuidada, não há vulgarismos ou filosofismo baratos, que assola em muitos livros do gênero. Tudo é escrito na medida certa, trazendo uma fluidez de leitura muito boa, onde mal se vê o livro acabar. A trama é explorada muito bem, que prende do início ao fim.
O diferencial, além da escrita e poética incomuns do gênero, é a ambientação em uma das maiores metrópoles do mundo. São pouco os livros nacionais que fazem de sua ambientação algo bem explorado e inerentes à trama. Cada referenciação a pontos conhecidos são bem realistas e a que conhece a quem também morar nessa metrópole.
A ambientação e enfoque noir quase nos faz esquecer que uma metrópole como São Paulo pode abrigar uma história bem estruturada e com mistérios dignos do gênero no seu modo original, sem grandes e mirabolantes tramas. Um história como deve ser contada, nos molde clássico.
Digo que são raros os livros do gênero onde se encontra uma qualidade literária em sua escrita. Prova-se que a autora mostra que tem experiência na escrita, além de acrescentar elegância e lirismo como poucos autores nacionais do gênero.