Na semana passada falamos sobre a criação da fantástica fórmula literária: crime, investigação e solução. É como a invenção da roda: nos dias de hoje ninguém se pergunta como alguém teve essa ideia, e com o romance policial acontece o mesmo. O leitor devora o livro e basta. No entanto, uma pesquisa minuciosa vai nos levar a entender melhor a criação desse homem que é uma máquina de pensar. Allan Poe soube captar a essência de sua época.
Quando engendrou Os Crimes da Rua Morgue, a filosofia corrente era o positivismo, que considerava como único conhecimento legítimo o que se encontrava nas ciências naturais, baseado na observação, experimentação e utilização de conceitos matemáticos. Acreditava-se que a ciência deveria se basear na evidência (que fornece ideias claras e distintas) e na dedução que as encadeia (técnica que o primeiro detetive vai usar). Na mesma época, Comte criava a sociologia, uma ciência fundada na análise de fenômenos diretamente observáveis. Era também a época em …
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