Bom dia, queridos seguidores e leitores!! Resenhando conto 5⭐ O conto que será resenhado a seguir, intitulado “Embalando a Conversa”, foi escrito por @escritoraveracarvalhoassumpcao e faz parte da antologia “Insólita – Museu e Antiquário – A Cadeira de balanço”, lançada pela editora Luva em 2022. O conto da autora Vera foi inspirado na história “A Cadeira de Balanço”, de Charlotte Perkins Gilman, publicado originalmente em 1893. Em “Embalando a Conversa”, nota-se uma prosa entre o narrador personagem e seu amigo, Hal. Aliás, essa conversa, ao invés de ser um diálogo, acaba sendo um monólogo, uma vez que, aparentemente, o amigo não está mais entre os vivos. É interessante ressaltar isso, pois, mesmo sendo uma figura inexistente, acaba ganhando forma de protagonista. A “conversa” é tão convincente, com direito à brinde de conhaque pela paixão que ambos tiveram de outrora, que acaba dobrando o leitor nesse meio também. É relembrando dos velhos tempos que o narrador coloca à tona o valor de uma amizade antes de ter a presença de uma figura feminina. Os amigos eram apaixonados por uma garota de cabelos louros esvoaçantes. Porém, essa garota, supostamente, é uma garota fantasma que, de certa forma, tinha posse da tal cadeira de balanço que marca o enredo da história. Diante do sobrenaturalismo que compõe a essência do conto, pode-se afirmar que o psicológico do narrador protagonista veio a ficar até mesmo afetado, ainda mais diante do incidente que Hal sofreu com a tal cadeira. Ler “Embalando a Conversa” é algo que chega a ser perturbador, uma vez que não temos explicitamente o que vem a ser real e o que vem a ser ficção para o nosso querido narrador. De fato, a escritora Vera assumiu um papel importantíssimo na literatura que é colocar seus leitores para pensar, abrindo margens para múltiplas interpretações. Isso é genial. Por fim, cabe destacar que a solidão do protagonista é algo marcante de toda a sua vivência, busca do passado sentimentos que até mesmo achava que seria impossível aparecer no meio de uma “conversa”. Essa carga melancólica é fundamental ao texto da autora para embalar de vez o leitor no enredo.
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